Nutrologia Pediátrica – Síndrome colestática do lactente

A colestase aguda ou crônica que acompanha a doença hepática provoca má-absorção de nutrientes e esteatorréia, causando desnutrição calórico-protéica acompanhada de anorexia e redução da massa muscular.
A má absorção que segue a colestase é devida principalmente à má digestão das gorduras, que, deixando de apresentar emulsificação adequada, não é absorvida, provocando esteatorréia, deficiência na absorção de outros nutrientes e conseqüências sobre o estado nutricional 3.
Terapêutica nutricional: As necessidades calóricas estão aumentadas nesta situação, e a dieta deve conter pelo menos 3g/Kg/dia de proteínas. No caso de insuficiência hepática, discute-se a necessidade de maiores concentrações de aminoácidos de cadeia ramificada.
A dieta de recém-nascido com síndrome colestática na fase inicial da doença deve ser constituída por leite humano. Estes pacientes, mesmo recebendo leite humano, são aconselhados a complementar a dieta com fórmulas que contêm LCPUFAS, o que previne a deficiência de ácidos graxos essenciais e melhora o ganho de peso, sendo recomendada a ingestão de 300 mg de ácido linoléico para cada 100 kcal/Kg/dia de energia 20. A suplementação da dieta com triglicerídios de cadeia média (TCM) contendo 85% de ácidos graxos de cadeia média e curta em sua composição foi amplamente utilizada até a última década, porém contém quantidades mínimas de ácidos graxos essenciais, provocando deficiência após mais ou menos 30 dias de uso. Outros preparados de TCM contendo menor proporção de ácidos graxos de cadeia média e curta e o restante de cadeia longa podem ter absorção parcial, porém são preferíveis à longo prazo 2
Devido à necessidade de suplementar ácidos graxos essenciais, preparados contendo ácidos linoléico, linolênico e seus derivados têm sido utilizados.